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quarta-feira, 29 de junho de 2016

Desvendado mistério dos sons da Aurora Boreal


Desvendado mistério dos sons da Aurora Boreal
Esta é a primeira explicação para todos os três mistérios relacionados aos sons das auroras polares. [Imagem: Unto K. Laine]
Sons das auroras polares
Em 2012, um grupo liderado pelo professor Unto Laine, da Universidade Aalto, na Finlândia, demonstrou que um daqueles "mitos históricos" - os relatos de que a aurora boreal emitia sons - era um fato.
E, mais do que isso, a equipe demonstrou que, embora as Luzes do Norte ocorram a altitudes entre 80 e 150 km, a fonte dos sons associados a elas parecia estar localizada bem perto do chão, a uma altitude de aproximadamente 70 metros.
Agora a equipe encontrou uma explicação para o mecanismo que cria o som e confirmou sua origem de baixa altitude. Para isso, eles combinaram medições acústicas locais com os perfis de temperatura atmosférica medidos pelo Instituto Meteorológico da Finlândia.

Camada de inversão
Em um fenômeno que a equipe chamou de "hipótese da camada de inversão", os estalidos e crepitares associados com a Aurora Boreal surgem quando a tempestade geomagnética que produz as luzes na alta atmosfera ativa as cargas elétricas que se acumularam na camada de inversão da atmosfera, fazendo-as descarregar como se fossem minúsculos raios.
"As temperaturas geralmente caem quanto maior a altitude. No entanto, quando as temperaturas estão bem abaixo de zero e, em geral em condições climáticas claras e calmas durante a tarde e a noite, o frio fica perto da superfície e o ar mais quente fica em cima.
"Esse ar quente não se mistura, ele sobe em direção a uma camada mais fria levando cargas negativas do solo. A camada de inversão forma uma espécie de tampa, dificultando os movimentos verticais das cargas. O ar mais frio acima dela é positivamente carregado.
"Finalmente, uma tempestade geomagnética faz com que as cargas acumuladas descarreguem na forma de faíscas que criam pulsos magnéticos e sonoros mensuráveis," explica o professor Laine.

Mistérios das auroras boreais
De acordo com o pesquisador, a hipótese da camada de inversão também dá uma explicação crível de por quê os sons das auroras boreais só são ouvidos em condições meteorológicas calmas.
Ele enfatiza que a hipótese não exclui outros mecanismos, mas esta é a primeira explicação para todos os três mistérios relacionados aos sons das auroras polares.
"Além do mecanismo que gera o som, isso nos ajuda a entender como podemos ouvir o som quando a fonte de luz da aurora está a uma distância de 80 a 100 km. A hipótese da camada de inversão também oferece respostas para como é possível que os eventos sonoros ocorram quase simultaneamente com as observações visuais: partindo de uma altitude de 75 metros, o som atinge o ouvido humano em apenas 0,2 segundo," conclui ele.

O que é uma Aurora Boreal?
É um fenômeno óptico composto de um brilho observado nos céus noturnos nas regiões polares, em decorrência do impacto de partículas de vento solar com a alta atmosfera da Terra, canalizadas pelo campo magnético terrestre. Em latitudes do hemisfério norte é conhecida como aurora boreal (nome batizado por Galileu Galilei em 1619, em referência à deusa romana do amanhecer, Aurora, e Bóreas, deus grego, representante dos ventos nortes). Ocorre normalmente nas épocas de setembro a outubro e de março a abril. Em latitudes do hemisfério sul é conhecida como aurora austral, nome batizado por James Cook, uma referência direta ao fato de estar ao Sul.
O fenômeno não é exclusivo somente à Terra, sendo também observável em outros planetas do sistema solar como Júpiter, Saturno, Marte e Vênus. Da mesma maneira, o fenômeno não é exclusivo da natureza, sendo também reproduzível artificialmente através de explosões nucleares ou em laboratório.

Foto de uma Alrora Boreal.

  Fonte: Inovação Tecnológica

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